Eu queria falar da vida
Mas o que resta está morto e vesti o mesmo paletó
Finjo que existo só para causar polêmica na vida
E a morte já não mancha a manchete
Viver é a nova noticia.
Às 7:00 na mesma missa na mesma matriz no mesmo domingo
Somos todos irmãos
Vestidos de inveja para aperfeiçoar a semelhança
Na dieta da hóstia a alma morre de fome
Mas o insaciável cálice ainda transborda de artéria
Os lábios de Jesus me excitam
A cor racista dos seus olhos, me trai, amando o próximo.
Morro para fingir que vivi
Ressuscito para fingir que morri
E ninguém me perdoa.
Chamo o pai de Deus e a mãe de Virgem
Odeio os Judas e protejo as Madalenas
E ninguém me pontifica.
Os salmos me masturbam num erotismo de coroa, prego e cruz
Os apóstolos na altura do meu falo:
Beijam o chão com os joelhos e lambuzam as mãos de profecia e suor.
E todos me apedrejam.
Eu queria revidar a morte na revanche da vida
Atirar a primeira pedra
E quem saberá que pequei se sou a insanidade alheia?
Eu queria falar da vida
Mas o que resta está presente e senti minha podre ausência
...Ardo ao fumo da palha seca e amarelo os lábios de fumaça,
A cabeça abana e a mão vai ao queixo consolando o pensamento:
Será justo?...
3 comentários:
Boa noite.
PasSei pra ler um pouCo..
Visita quando puder! monicadelazari.blogspot.com (atualizei esses dias)
O melhor de se escrever é realatar o que está nos reconditos da alma... Um Abraço...
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