“Em sonhos de lapsos gramaticais, numa fugaz inspiração, tecemos palavras que são apenas noite, mas acreditamos numa pura e bela ilusão, tatear o significado da luz. Portanto, na distância silenciosa de uma palavra para a outra é que adormece a verdadeira poesia. Intocável. O que aqui temos são apenas vultos, uma adestração da palavra escrita; a fala, a voz dessas entidades adormece em algum lugar ao qual chamo de “Absurdo”, e é no tormento desse sono que me mantenho lúcido para que em horas de acaso ligeiro eu possa captar alguns sinais de vida, dessa tão ordinária sensação poética” .

terça-feira, 14 de outubro de 2008

LUZ




A noite invade meus acordados olhos de sonho
Durmo sob a realidade
Mas é acima do sonho que estou
Sonhos de luz
Minha sombra é ainda maior que minhas realizações
A luz apagou uma escuridão já confortável
Nada me ejacula além do pecado


De frente para o espelho ao fecharmos os olhos a face se revela
A escuridão que se reflete
Traz a luz da face que nunca teremos
Aceito a luz dos olhos fechados ou a escuridão das retinas arregaladas?

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