“Em sonhos de lapsos gramaticais, numa fugaz inspiração, tecemos palavras que são apenas noite, mas acreditamos numa pura e bela ilusão, tatear o significado da luz. Portanto, na distância silenciosa de uma palavra para a outra é que adormece a verdadeira poesia. Intocável. O que aqui temos são apenas vultos, uma adestração da palavra escrita; a fala, a voz dessas entidades adormece em algum lugar ao qual chamo de “Absurdo”, e é no tormento desse sono que me mantenho lúcido para que em horas de acaso ligeiro eu possa captar alguns sinais de vida, dessa tão ordinária sensação poética” .

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Despedida


A cor do sangue envelhece na platéia
O lado oposto emerge

Os calcários de luz rompem a visão
Nem dia nem noite

Apenas confissões

“Um até mais” consola o corpo do nada
O resto à mercê de tudo pulsa como se estivesse vivo

O passo se alarga e a glória não se anuncia
O sentido póstumo da chegada amanhece em tempestade de orvalho

A estrada encontra a solução
Nem início nem fim

Apenas constrangimento

Um comentário:

monica mosqueira disse...

Lendo..
e escutando música(vício)(rs).