“Em sonhos de lapsos gramaticais, numa fugaz inspiração, tecemos palavras que são apenas noite, mas acreditamos numa pura e bela ilusão, tatear o significado da luz. Portanto, na distância silenciosa de uma palavra para a outra é que adormece a verdadeira poesia. Intocável. O que aqui temos são apenas vultos, uma adestração da palavra escrita; a fala, a voz dessas entidades adormece em algum lugar ao qual chamo de “Absurdo”, e é no tormento desse sono que me mantenho lúcido para que em horas de acaso ligeiro eu possa captar alguns sinais de vida, dessa tão ordinária sensação poética” .

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

NAS COVAS DA MÃO

Nas rugas das mãos os túmulos da bênção
A barba num alvadio fúnebre
Eximi da face o sossego

Essa jovem velhice não encontra consolo na velha juventude
Á altura dos deuses
O colapso da crença torna-se a nova fé
Meu terço ao pé da noite num alvoroço inútil orou por esperança

Real ao que sou se fez o que não sou

COSTA MELO
12/09/1980

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